Luthier BH

Escolhendo os trastes

Olá!

Nesse post vamos falar sobre os trastes.

Traste é aquela vareta, geralmente de material metálico, que separa as casas do braço do instrumento.

Ele é muito importante, pois além de definir a separação de notas, é nele que executamos as mais variadas técnicas ao executarmos as músicas.

Os trastes podem ser feitos de vários materiais, aqui listamos os mais comuns como:

Níquel-prata: É uma liga constituída geralmente de 18% de nickel, 80% de cobre, e alguns outros materiais como zinco, chumbo e cádmio.

É o material mais comum e mais utilizado hoje em dia nos instrumentos.

Inox: É o famoso aço inoxidável e sua grande vantagem é a durabilidade, pois é mais resistente ao desgaste provocado pelas cordas. Também quando bem polido, fica muito liso e favorece os bends.

Bronze, latão: É pouco utilizado, mas tem o seu grande diferencial na sua cor dourada. O que pode garantir um charme a mais em alguns instrumentos, mas infelizmente não resiste muito ao desgaste das cordas.

Cada material tem um tipo de comportamento diferente, e pode ser mais ou menos indicado dependendo do instrumento e do tipo de corda que ele utiliza.

Os trastes também são feitos em vários tamanhos de altura e larguras, porém não existe uma tabela real de padronização, cada fabricante produz trastes com os tamanhos que escolhe e dependendo do material pode haver variação.

Aqui nos classificamos da seguinte forma:

Fino: No que se refere a largura, um traste fino tem geralmente a largura abaixo dos 2mm e são encontrados trastes com até 1,30mm. São geralmente encontrados em instrumentos mais antigos e também em instrumentos menores como cavaco, bandolim.

Médio: Geralmente estão entre as medidas de 2,03mm até 2,75 , esses são os mais usados, pelos fabricantes tradicionais de guitarra, baixo e violão como fender, gibson, martin, taylor , etc.

Jumbo: De 2,75 até 3.0, são os mais utilizados em guitarras como Ibanez, Jackson, Ltd. 

 

Dependendo também do tipo do instrumento e do tipo de tocabilidade do músico, podemos selecionar alguns tamanhos diferentes.

Os mais largos geralmente favorecem a tocabilidade mais virtuosa, como técnicas de ligado, tapping, velocidade.

Já os menores são mais confortáveis para acordes por exemplo, mas é claro que devemos ressaltar que em instrumentos pequenos como cavaquinho, bandolim e etc, não existe muito espaço entre as casas do instrumento, o que dificulta a utilização de trastes mais largos.

Porém, isso é apenas a nossa percepção, cada músico pode ter uma visão diferente e isso é absolutamente normal, pois fatores como técnica, força, influenciam na tocabilidade.

Além disso os trastes podem variar em altura. Você pode ter um traste fino e mais baixo, ou fino e mais alto. A mesma coisa acontece com os trastes médios e jumbos. Quanto mais alto é o traste mais distante as cordas e a mão do músico ficam da escala, e isso pode ser bom ou ruim dependendo da técnica do músico. Trastes mais altos são mais fáceis de dar bends, realizar técnicas de velocidade, porém para músicos que fazem mais força ao tocar pode gerar desafinação, pois a pressão nas cordas pode provocar mini bends. 

O pior inimigo do traste é a ferrugem e oxidação das cordas, pois cordas enferrujadas ficam mais abrasivas e acabam por desgastar as varetas com maior facilidade e velocidade.

Com o tempo esse desgaste pode causar trastejo e imprecisão de afinação.

Outra coisa é que, existem fabricantes, que não adotam o procedimento de nivelar os trastes ao fabricar o instrumento, ou não se preocupam em coloca-los corretamente, o que acaba por gerar também essa imprecisão de afinação e trastejo. Então em alguns casos mesmo com o instrumento novo, pode ser preciso realizar uma correção.

Isso pode ser corrigido através de um serviço de desbaste e nivelamento. 

Nesse serviço nos colamos e lixamos as varetas para retirar as imperfeições e nivelamos todas no mesmo nível, com o auxílio de um gabarito e taco retificado. 

Além disso arredondamos e fazemos novamente o polimento das varetas para deixá-las com a aparência de novas e lisas.

 

 

Mas existe um limite para esse serviço e em alguns casos é necessário a troca dos trastes, o que é um serviço bem mais complexo, e consequentemente mais caro. por isso fica a dica, se você não quer ter problemas com os trastes do seu instrumento, evite cordas velhas. Sempre que puder use cordas novas.

Se você gostou desse post, compartilhe com os amigos.

Até a próxima!

Henrique Luthier

 

1 comentário em “Escolhendo os trastes”

  1. Martins Teichelke Neto

    Boa Tarde
    Henrique
    Qual o Melhor traste que você indicaria, para se colocar em uma SG ou Les Paul ? Gotoh ? ou Dunlop?
    Eu prefiro o modelo Médio.

    Curti muito esse Post.

    Um abraço

    Martins Teichelke

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *