Luthier BH

Porque você vai estragar seu violão:

Olá, Aqui é o Henrique Luthier, e o assunto de hoje é violão, mas serve para guitarra , baixo, cavaquinho, viola também e porque você vai estragar o seu! Rsrsrs Não é uma pergunta, é uma afirmação: Você vai estragar seu violão.

 Porque estou dizendo isso?

 Simples, aqui na minha oficina de luthieria em Belo Horizonte, em 20 anos de profissão, vejo diariamente pessoas negligenciando os padrões dos instrumentos e rotineiramente os que chegam em minha oficina para manutenção, são instrumentos muito malcuidados e largados ao tempo.

 Mas hoje, eu quero te ajudar!

 Vou listar os problemas e os cuidados necessários, para você não estragar seu violão e aumentar a vida útil do mesmo.

 Vamos lá?

Primeiro:

 Instrumentos musicais em sua maioria, são feitos de madeira. E tanto faz se é mdf, compensado ou madeira maciça os cuidados são os mesmos.

 Então é assim, os maiores inimigos são: umidade e calor.

 Pense comigo, todas as partes de um violão, são coladas. Existem vários tipos de cola, mas a maioria delas, não é muito resistente a calor e umidade. Outra coisa que você não pode perceber, mas acontece, é que a madeira se contrai ou dilata dependendo das condições climáticas. Isso vale para o MDF e compensado também e isso acontece diariamente. O comportamento do instrumento muda, de um dia para o outro, mesmo se estiver acondicionado em um bom case ou capa.

 Então no dia a dia, se você expõe seu instrumento a calor e umidade com certeza ele estará sofrendo variação.

Segundo:

 Some essa condição climática, ao efeito das cordas. Eu já falei sobre cordas em um vídeo do youtube. Esse aqui ó: https://www.youtube.com/watch?v=pUxgjH5JMMw

 Nesse vídeo eu explico melhor sobre as variações encontradas em encordoamentos. Mas o que você precisa entender é que um jogo de cordas quando afinado aplica uma força em seu instrumento.  E não é pequena não viu, são cerca de 50 kg fazendo força ali.

Então imagine a seguinte situação:

 Você afinou seu instrumento, (50kg de tensão) e levou para tocar em uma roda de amigos. Durante o trajeto de casa até o destino, você colocou seu instrumento em uma capa, ou case e colocou ele no porta-malas de um carro. Dentro do carro, devido a exposição do sol, a temperatura pode chegar a 70 graus (isso é muito comum no verão por exemplo), e o instrumento musical que foi projetado para suportar os 50 kg de força das cordas, agora tem que suportar o mesmo peso, mas agora a madeira começou a dilatar e amolecer pelo calor do ambiente, e as colagens literalmente começaram a derreter.

O resultado disso é fácil concluir: Você estragou seu instrumento.

Alguma variação vai acontecer, não adianta, some isso a falta de manutenção rotineira que um instrumento precisa ter.

Outra coisa muito comum é não se preocupar em trocar as cordas do instrumento. Então funciona assim. Compra novo na loja, leva para casa, afina e toca. Por mais que você ache que as cordas estão novas, elas não estão.

Pensa comigo, entre o processo de fabricação (a maioria dos instrumentos são asiáticos), venda a um importador, transporte via container (navio), chegada em uma loja, venda ao cliente, tranquilamente se passaram 6 meses, isso sendo otimista.

Então você compra um instrumento novo na loja com no mínimo 6 meses de existência e um jogo de cordas normalmente não costuma durar mais que 3 meses sendo otimista.

Outra coisa é que, entre a regulagem do fabricante e o momento que você comprou, já se passou muito tempo, e a condição climática variou, o que significa que o instrumento não está regulado corretamente.

Então é assim, você não troca as cordas, elas já estão sem elasticidade, o instrumento não está bem regulado e você só vai trocar ela depois de uns 6 meses de uso quando ela já está totalmente oxidada.

A oxidação das cordas provoca um outro problema, as cordas começam a ficar mais abrasivas quando oxidadas e essa abrasão provoca desgaste por exemplo dos trastes do instrumento.

Ferrugem e metal, não combinam, então você precisa evitar essa condição, pois trocar as cordas é barato, mas retificar ou trocar os trastes ou outros componentes metálicos, não é!

Não são raros os casos e relatos de pessoas que compram um instrumento e só o levam para realizar alguma manutenção quando fica impossível de tocar.

Aí meu amigo não adianta, a dor de cabeça e o custo da manutenção, vai ser grande. Isso se for possível e viável o conserto.

E sabe de quem é a culpa? É sua!

“Poxa Henrique, mas então o que eu posso fazer pra não estragar meu violão?”

Simples meu amigo, cordas novas sempre, instrumento regulado pelo menos de 6 em 6 meses.

E ao transportar sempre alivie um pouco a tensão das cordas, desafinando o instrumento. Não precisa deixar as cordas bambas, mas pelo menos diminua a pressão, pois assim o instrumento não será extremamente forçado em condições adversas.

“Mas Henrique, regulagem é caro, não consigo levar ao luthier de 6 em 6 meses”.

Você não precisa de um luthier para ajustar seu instrumento de forma básica, já pensou em fazer você mesmo a manutenção básica?

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Um grande abraço

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